quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

1 Livro Por Mês (1 de 12) - Cavalos Partidos de Jeannette Walls

Leia Ouvindo (Gostou, ouça mais aqui.)

Olá pessoal!

Hoje começa o desafio "1 Livro Por Mês" aqui no Resvalar, a proposta é a seguinte: ler 1 livro por mês até o fim do ano e no final de cada mês fazer uma resenha do livro aqui para vocês. Como ainda estou na metade do meu livro de fevereiro farei a primeira resenha sobre o livro que li em janeiro, do qual eu gostei muito, Cavalos Partidos - Autora: Jeannette Walls.


            Em Cavalos Partidos, Jeannette Walls nos conta a história de sua avó materna, Lily Casey Smith, uma historia contada de um jeito engraçado, meio caipira, que nos remete a dura realidade daqueles que tiram seu sustento da terra. A narração feita por Jeannette é em 1ª pessoa, o que torna o livro ainda mais envolvente e carismático.


“Aquelas vacas velhas sabiam, antes de nós, quando ia haver encrenca”

Lily Casey Smith é a filha mais velha de uma família de 5 pessoas, mais agregados,  que vive numa pequena propriedade rural localizada no oeste do Texas. Lily, como filha mais velha, tem que conviver com toda a responsabilidade que essa situação exige, mesmo por que é ela, e não seu irmão Buster, quem tem a vocação para os trabalhos. Aos seis anos ela ajuda seu pai, um homem que, quando jovem, levou um coice de cavalo na cabeça e acabou ficando com limitações físicas, no trato com os animais e aprende, desde cedo, a domar cavalos.


O único plano de sua mãe para ela era arranjar-lhe um casamento, portanto Lily foi mandada para uma escola de freiras onde recebeu uma educação formal, mas não conclui o curso, pois os valores referentes à anuidade da escola não foram pagos por seu pai, que optou por investir o dinheiro da educação da filha na compra de cachorros, que mandara trazer da Suécia, enquanto seu irmão continua a estudar, pois a educação dele, segundo sua própria mãe, tem de ser completada por que a ele caberá a herança da propriedade.

 A jovem menina, que aprendera em poucos meses a gostar da escola onde morava e estudava, volta para casa decepcionada, mas a madre da escola lhe afirma que uma janela fora fechada, mas em seu lugar uma porta seria aberta. Cansada de ouvir tantas vezes as mesmas explicações, dá prosseguimento à sua vida, ajudando seu pai a cuidar dos negócios na propriedade.


"Papai dizia que era bom pra mim ir até a cidade e pechinchar os preços dos ovos com Seu Clutterbuck. Treinava minha matemática e me ensinava a arte da negociação: duas coisas que ajudariam a alcançar o meu Propósito na Vida.”

 Os cachorros que seu pai comprou com o dinheiro que deveriam ser para seus estudos foram mortos, e eis que surge a porta aberta a qual a madre havia lhe falado, pois como uma forma compensatória, a pessoa que matou os cachorros deu uns cavalos e uma égua, que a Lily tomou para si. Algum tempo depois, a jovem recebe uma carta da madre do colégio onde estudara, em que a aconselhava a fazer um teste para professora. Lily, que não tinha vocação religiosa, mas inteligência e qualidade para ser uma boa professora, fez o teste e, aos 15 anos, foi aprovada, monta em sua égua, a quem chama de Malhada, atravessa mais de 800 quilômetros, sozinha, percorrendo vários Estados até chegar à cidade onde daria aulas. Longe de se sentir sozinha, ela se sente livre e feliz, com aquela porta que a vida lhe abriu.

Com o passar do tempo e depois de enfrentar muitas reviravoltas em sua vida, conhece seu marido, Jim, com quem administrou um enorme rancho no Arizona e criou dois filhos, sendo um deles a memorável mãe de Jeannette, Rosemary Smith Walls, inesquecivelmente retratada em O Castelo de Vidro. Lily sobreviveu a tornados, a secas, a inundações, à Grande Depressão e à mais triste tragédia pessoal.

Lily era uma mulher a frente do seu tempo, que não se conformava, uma mulher vibrante e falastrona, que explicava, com riquezas de detalhes, o que lhe acontecera, por que acontecera, o que ela fizera depois e o que aprendera como lição - tudo isso com intenção de transmitir lições de vida à sua filha, Rosemary. Um exemplo de mulher, que desde sempre ajudou o pai a domar cavalos, aos 15 anos saiu de casa sozinha cavalgando 800km para chegar até uma cidadezinha para ser professora primária. Aprendeu com determinação a dirigir carro e pilotar avião, era contra qualquer tipo de preconceito e sempre incentivou suas alunas a irem sempre mais além, a sempre perseguirem seus sonhos em vez de, como mandava a tradição da época, esperar por um marido.


"- As pessoas são como bichos - continuou Jim. - Algumas ficam felizes quando estão presas, outras precisam perambular pelos espaços abertos. Você tem que ver qual é a natureza delas e aceitar.”

 Uma história belíssima, de coragem, determinação, mas, acima de tudo, de vida, muito bem escrita e envolvente, que Jeannette Walls, mais uma vez, nos presenteia. Cavalos Partidos é um livro que nos toca não só pelos personagens, pessoas que aparecem ao longo de toda a história, mas pela determinação de Lily, que aproveitou a oportunidade quando lhe foi aberta  uma porta e que soube jogar com as cartas que a vida lhe deu.


A Autora

Jeannette Walls mora na Virginia, Estados Unidos, e é casada com o escritor John Taylor. Já trabalhou em vários jornais e revistas, como o USA Today e a New York Magazine. Colabora regularmente com o canal a cabo norte-americano MSNBC.

Autora dos títulos:
- O Castelo de Vidro
- Cavalos Partidos
- A Estrela de Prata

 Seu primeiro livro, O Castelo de Vidro ganhou vários prêmios, entre eles o Elle Readers de 2005 e o Alex 2006 da American Library Association. Confira mais sobre a trajetória dessa excelente autora aqui.







Vitor Perin



Um comentário:

  1. Q coragem!
    Se comprometer a ler e ainda fazer uma resenha d um livro por mês!
    Muito boa a resenha! Vc deveria ser ótimo em português quando tava no ensino médio!
    Aliás, sua área é humanas mesmo neh!
    História mto interessante!
    Americano gosta d história d superação mesmo, acho q a missão da nossa vida e a superação mesmo, saber lidar com o tempo e com as oportunidades no tempo certo.

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